terça-feira, 21 de setembro de 2010

QUAL É A SUA???

Existem duas formas de tentar ser igreja: uma delas, é aquela que quer crescer a qualquer custo e da maneira mais rápida sem se importar se é certo ou errado. É o que você, geralmente, já vê na televisão e na mídia de uma forma geral o tempo todo mesmo, a atração não é a vida do servo humilde, não é o tomar a sua cruz, negar a si mesmo e andar como Jesus andou na verdade e na simplicidade. O que esta "igreja" propõe é somente a compra da bênção e nada mais. As pessoas adoram ouvir que elas podem ser muito prósperas, que os problemas delas serão resolvidos num passe de mágica ou na liberação de uma “palavra profética”, que elas vão ganhar ou alcançar isto e aquilo se participarem de uma campanha tal, se fizerem algum tipo de voto ou sacrifício financeiro para ofertar, se forem oradas ou ungidas pelo pastor, apóstolo ou missionário tal.
Elas querem resolver o imediato, o que precisam agora, a oração tem que ser respondida na hora, senão não vale. Às vezes reclamam com Deus porque elas fizeram um voto, determinaram, participaram de uma corrente de oração com alguém famoso, mas Deus não cumpriu a parte dele.
As pessoas vão se cansando desta loucura toda, mas por incrível que pareça é que o resultado ainda são "igrejas" lotadas, mas de gente que não quer ser tratada pelo Senhor de verdade, até fazem alguma entrega, mas é tudo muito superficial, nunca se entregam por inteiro. Estão ali enquanto a oferta da bênção é boa. Estas pessoas até resolvem os seus problemas exteriores, mas a casa por dentro continua mau arrumada e o “valente desamarrado” habitando nelas. Algumas até choram de emoção durante uma música bonita ou uma palavra bem pronunciada, mas continuam vazias de Deus.
Depois de um tempo elas descobrem um outro “mover”, um outro “homem de deus” (com “d” minúsculo mesmo) e vão pra lá, não tem vínculo, andam de “igreja” em “igreja” procurando uma bênção que nunca vem. Outras vezes se dispersam para alguma outra religião até mesmo não cristã afim de ter o encontro que nunca tiveram. Acabam culpando e achando que Deus teve alguma coisa com isto... Ledo engano!

A outra forma de ser Igreja (com "i" maiúsculo) é a da maneira simples como Jesus ensinou mesmo, é descobrir-se como Igreja serva, e servo dentro da Igreja e do Reino, como povo que não dá um passo sem ouvir atentamente a direção certa e segura da Palavra de Deus, são homens e mulheres que buscam no Evangelho puro e simples, e somente nele, sem barganhas ou "novíssimas revelações" a perfeita vontade do Senhor e entendem que nem sempre a oração é respondida na hora e da forma como queremos que seja. Nossos caprichos e vaidades, nossa própria vontade solitária, não serão atendidos, mas serão tratados se estiverem fora da perspectiva do Reino de Deus. Esta Igreja ama a Deus pelo que Ele é e não pelo que Ele pode dar financeiramente.
Nesta Igreja todos, ou a pelo menos a maioria, vivem um para o outro, o alimento é a Palavra revelada em Jesus, que trata, cuida, zela, confronta os pecados resistentes. Esta Igreja está interessada em pregar o que é certo, não o que dá certo.
Preste atenção! Existe muita diferença entre pregar o que é certo ao invés do que dá certo!
Esta igreja não ensina “os sete segredos para prosperar na vida financeira de forma mágica" e também não está interessada em ostentar o templo mais luxuoso da terra, mas ela busca as coisas que são lá do alto. Seu tesouro é outro, não é deste tempo ou desta terra, suas riquezas estão onde a traça e a ferrugem não podem destruir. Ela deseja que todos sejam alcançados pela presença de Deus de forma real e intensa, não apenas através do marketing da fé. Ela testemunha a transformação que o Evangelho provoca nas pessoas por inteiro e não na vida financeira somente. Ela não busca empresários da fé, mas sim servos de Jesus.
Nem sempre esta Igreja vai atrair "clientes" tão rápido, mas com o tempo as pessoas em volta, pelo testemunho da Graça de Deus, saberão distinguir quem é sério e quem não é. Quem está pregando por amor ao Reino e quem está somente tentando se beneficiar do Reino e das ovelhas do Reino por amor ao dinheiro e poder que eles lhe dão.
Nesta Igreja a cura, o milagre, a libertação de poderes do mau, a bênção estão presentes também e de forma muito mais intensa e poderosa mas esta não é sua propaganda. A propaganda aqui é a presença de Jesus. O que ela experimenta na presença do Espírito verdadeiro de Jesus é o que atrai as pessoas, é o amor não fingido que transforma e retém quem dela se aproxima.
Um dia o Senhor vai olhar para muitos daqueles que expulsavam demônios, falavam em outras línguas, profetizavam nas igrejas, faziam grandes sinais e maravilhas, os grande homens e mulheres que nós achamos importantes, até mesmo aqueles que andam entre nós hoje em dia; e Ele, o Senhor, vai dizer assim: “apartai-vos de mim todos os que praticam pecado, porque eu não vos conheço” (Mateus 25.41). Pecado aqui é não se esforçar por amar de forma prática, é o pecado de não fazer o bem podendo e sabendo que é para ser feito.
Isto é muito sério! Certamente não são as “boas obras” que nos salvam como muitos pensam, mas a nossa fé e nível de relacionamento com Deus são medidos e mensurados pela forma e intensidade com que temos vontade de externar, espontaneamente, sem hipocrisia e com muita alegria de Deus o nosso amor a quem precisa de nós, seja essa pessoa quem for. Irmão da fé ou não.
O apóstolo João nos ensina como é este amor, ele diz assim: "Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1 João 3.18)
Quem ama, crê; e quem crê é seguido pelos sinais do Reino. A libertação, as curas e os sinais acontecem naturalmente quando o amor de Deus é experimentado sem barreiras. O poder e a autoridade espiritual são conseqüência do amor, nunca o contrário.
Este é o convite para a cura através do amor de Deus: "Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas. Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã." (Isaías 1.17-18)
Existem muitos que querem vencer na força e no grito, na demonstração pública de autoridade, subjugando e impondo medo aos irmãos. De fato o que eles conseguirão é um arregalar de olhos, podem assustar e deixar outras pessoas admiradas, serão chamados de poderosos e talvez até de sábios, mas sem amor nunca quebrarão cadeias mais fortes. Aquelas que se alojam no mais profundo da alma, onde só o amor verdadeiro consegue penetrar, sondar e amolecer até a pessoa não suportar mais o constrangimento da presença do amor de Deus e desejar se libertar das cadeias da falta de perdão, do rancor, da avareza e do ódio.
Logo, é até possível que uma “igreja” consiga crescer sem amor, é possível experimentar até coisas sobrenaturais como uma aparente libertação de alguns poderes espirituais, profecias, curas e cultos com sensação de grande visitação de Deus. Podemos até ver pessoas chorando, se emocionando, entregando tudo o que possuem. Sim, é possível! Mas tudo isso sem amor é um grande nada diante de Deus.
A Palavra nos convida a aprender a amar de verdade, a olharmos para dentro de nós mesmos e sermos confrontados pelo poder do Evangelho. Deus é amor, somos filhos amados, se você ainda não descobriu como viver nesta dimensão do amor de Deus, convide ao Espírito de Jesus, o Espírito Santo, para mudar seus sentimentos agora mesmo e quebrar todas as cadeias e travas que lhe impedem de amar livre e totalmente.
Você verá como é fácil conseguir amar quando descobrimos que já somos amados por Ele antes mesmo de merecermos ser amados. A revelação do amor de Deus é a nossa grande motivação, é a nossa “mola mestra” para amarmos como Jesus nos amou e ser uma Igreja da Verdade.

Publicado no blogger: http://www.ovelhamagra.com.br/

RICOS E MILIONÁRIOS PARA GLÓRIA DE DEUS !!!

Preciso confessar minha intolerância religiosa e politicamente incorreta. Sim! Porque se não confessá-la, neste momento e canal, estarei negligenciando historicamente tudo o que creio segundo a simplicidade do que se aprende pela verdade, transparência e honestidade em Jesus e também do que estou convencido ser meu compromisso profético de denunciar o engano.
É a mesma intolerância que motivou o Senhor a chamar alguns religiosos de seu tempo de "raça de víboras", "sepulturas pintadas" e "lobos enganadores". Este é o zelo pela verdade a ponto de virar a mesa dos cambistas do templo e chamá-los publicamente de ladrões e salteadores. Não eram simples religiosos, eram aqueles que ditavam as regras no seu tempo, jogavam as cartas do jogo de dominação e manipulação do povo, assentavam-se nos primeiros lugares da sinagoga/templo, homens cuja "santidade" e "poder de Deus" eram medidos/avaliados somente pela aparência, externamente, pelo tamanho dos filactérios e franjas das roupas que usavam; eram aqueles que gostavam de orar em pé durante os cultos para serem vistos e admirados pelos outros homens ou para demonstrar um poder que julgavam ter [e não tinham].
Sem rodeios, apesar das duras palavras, mas em profundo amor, Jesus denunciava o pecado fosse ele institucional ou pessoal; olhando nos olhos de quem quer que fosse, desmascarava o que ele sabia ser a perversão da vida e do convite amoroso de Deus no encontro com o homem.
Esta semana vi escrito em um outdoor de uma grande e famosa igreja do Rio de Janeiro a frase: "Deus está levantando ricos e milionários para a Sua Glória. (...) Venha ser um deles", havia também, estampada, a foto do pastor... (Ops!) eu disse pastor? Desculpe! Agora ele foi consagrado a apóstolo...
Pois, é! Não vou discutir a apostolicidade do nosso irmão, mas meu lamento e espanto, semelhante ao do apóstolo Paulo na carta aos Gálatas, quando ele diz: "Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho..." é perceber como uma grande parcela dos pastores/religiosos hoje estão cedendo à tentação de transformarem as pedras em pães, jogarem-se dos pináculos de seus templos midiáticos e se ajoelharem diante da "grandeza" e da Prosperidade para conquistarem a glória das cidades e reinos deste mundo.
Oro sinceramente para que ele e todos estes sacerdotes, profetas, missionários e apóstolos tenham tempo de se arrepender e crer no Evangelho simples de Jesus, a fim de encontrarem misericórdia e também [se possível] ensinar o caminho de volta aos seus discípulos, mas não posso ficar calado.

Deus não precisa fazer alguém rico ou milionário para ser glorificado, servido ou conquistar a terra. Já cantava inspiradamente o poeta: "a sabedoria mora com gente humilde (...)", mas quem consegue discernir este tempo sabe que o engano já se instalou no coração e esfriou o amor de quase todos. A proposta daquele outdoor pareceu-me não somente absurda e mentirosa, mas revela a grande iniqüidade e potestade camuflada de piedade e "bênção". Erra não só quem faz o convite para participar dos cultos a Mamom, mas também quem o cultua, serve-o com seus dízimos e ofertas e sobe as escadas dos pináculos atrás de seus líderes e guias espirituais na intenção de receber a mesma glória e poder deste mundo.
Sinto profundo constrangimento por esta geração perversa que só consegue ver "Deus" na riqueza e na troca, na barganha, na compra da "bênção". Este "Deus" não é o meu Deus, não creio em um "Deus" que apenas seja Deus se for servido por ricos e milionários. Não creio em um "Deus" que expressa sua glória somente para aqueles que podem pagar por ela.
Eu creio no Deus que se fez carne, que ao contrário do desejo de alcançar a glória para cima, pelo domínio, através da glória dos homens e do mundo, preferiu o caminho inverso e se rebaixou até se confessar como servo humilde.
Os que vivem de fato para a glória de Deus podem até possuir algum bem (ou bens) neste mundo, podem por acaso ser chamados de ricos, milionários, mas seu coração certamente não estará no acúmulo de tesouros, muito menos no prazer de serem considerados como tais. Os que vivem e expressam a glória de Deus são os simples, os misericordiosos, os limpos de coração; aqueles que mesmo não possuindo prata nem ouro sabem expressar o bem e a glória de amar a Deus não pelo que Ele pode dar, mas pelo Dom da vida em abundância vivida gratuitamente.
Lúcifer foi contaminado pelo brilho e ganância do seu próprio comércio, aliás este foi um dos motivos de sua queda. A avareza que derruba querubins facilmente derruba apóstolos e patriarcas, ainda nos dias de hoje. A denúncia que o apóstolo Pedro fez em sua comunidade neotestamentária é atual e verdadeira: "Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.
E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, FARÃO COMÉRCIO DE VÓS, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme." (2 Pedro 2.1-2)
Ainda dá tempo de voltar ao caminho da cruz e do arrependimento. Quem tem ouvidos para ouvir?
O Deus que é glorificado sem som e sem palavras pela obra de suas mãos te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

Publicado por : Pablo Massolar     -   http://www.ovelhamagra.com/

sábado, 18 de setembro de 2010

Uma igreja que provoca vomitos em Deus !!!

Quer ser Consagrado? Só basta ter "Dinheiro" .


“É brincadeira!!! esta igreja me dá nojo!!!
 Deus já deve estar tendo ânsia de vomito!!!

At 8.20 “Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro”.

Este versiculo refuta qualquer atitude como essa postada.




Convenção dos Ministros Evangélicos do Brasil esta documentando e legalizando tanto Igrejas como pastores e obreiro em geral, você agora pode ter o seu cargo ministerial regularizado e reconhecido em todo o Brasil e no exterior.





Veja a Tabela:
Carteiras e diplomas pela (CMEB).

- Carteira e Diploma Diácono; Valor: R$ 80,00

- Carteira e Diploma Presbítero; Valor: R$ 100,00

- Carteira e Diploma Presbítero com Ação Pastoral; Valor: R$ 150,00

- Carteira e Diploma Evangelista; Valor: R$ 160,00

- Carteira e Diploma Evangelista com Ação Pastoral; Valor: R$ 180,00

- Carteira e Diploma Missionário; Valor: R$ 200,00

- Carteira e Diploma Co-pastor; Valor: R$ 170,00

- Carteira e Diploma de Pastor Missionário; Valor: R$ 220,00

- Carteira e Diploma de Pastor Itinerante; Valor: R$ 250,00

- Carteira e Diploma Pastor; Valor: R$ 200,00

- Carteira e Diploma Pastora; Valor: R$ 200,00

- Carteira e Diploma Pastor Presidente; Valor: R$ 400,00

- Carteira e Diploma Pastora Presidente; Valor: R$ 400,00

- Carteira e Diploma Apostolo; Valor: R$ 460,00

- Carteira e Diploma Apostolam Presidente; Valor: R$ 600,00

- Carteira e Diploma Bispo; Valor: R$ 650,00

- Carteira e Diploma Bispo Presidente; Valor: R$ 1.000,00

- Carteira e Diploma de Cantor Gospel; Valor: R$ 150,00

- Carteira e Diploma de Cantor Sacro; Valor: R$ 160,00

- Carteira e Diploma de Compositor; Valor: R$ 190,00

- Carteira e Diploma de Professor de Escola Dominical; Valor: R$ 200,00

- Carteira e Diploma Cerimônia Ministerial; Valor: R$ 250,00

- Carteira e Diploma Dirigente de Circulo de Oração; Valor: R$ 200,00

- Autorização de Circulo de Oração em Residência; Valor: R$ 100,00

- Carteira e Diploma de Pregar Nacional; Valor: R$ 250,00

- Carteira e Diploma de Pregador Internacional; Valor: R$ 300,00

- Carteira e Diploma de Conferencista Nacional; Valor: R$ 300,00

- Carteira de Conferencista Internacional; Valor: R$ 350,00

- Diploma de Honra ao Mérito; Valor: R$ 150,00

- Ata Ministerial; Valor: R$ 600,00



Consagrações feitas pela (CMEB).



- Diácono; Valor: R$ 100,00

- Presbítero; Valor: R$ 200,00

- Presbítero com Ação Pastoral; Valor: R$ 260,00

- Evangelista; Valor: R$ 300,00

- Evangelista com Ação Pastoral; Valor: R$ 330,00

- Missionário; Valor: R$ 240,00

- Co-pastor; Valor: R$ 400,00

- Pastor; Valor: R$ 460,00

- Pastora; Valor: R$ 485,00

- Pastor Presidente; Valor: R$ 500,00

- Pastora Presidente; Valor: R$ 500,00

- Apostolo; Valor: R$ 550,00

- Apostolo Presidente; Valor: R$ 600,00

- Bispo; Valor: R$ 650,00

- Bispo Presidente; Valor: R$ 700,00


Fonte: Blog Web Evangelista

terça-feira, 14 de setembro de 2010

REMANDO CONTRA A CORRENTEZA :

Arquivo de Fotografias - close-up, tripulação, 
membro, remar, 
potomac, rio, 
washington, dc, 
eua. fotosearch 
- busca de fotos, 
imagens e clipartNestes dias que precedem as eleições para presidente, governadores, deputados e senadores, vemos um movimento dos evangélicos com exacerbada preocupação de quem serão os eleitos para governar esta nação a justificativa para toda esta mobilização é com certeza em nome da defesa dos princípios cristãos Bíblicos, princípios estes que já são quebrados quase todo dia dentro destes arraias religiosos, tanto dos evangélicos como dos católicos, o que me impressiona é ver o dito popular ser realidade neste comportamento “ OS SUJOS FALANDO DOS MAL LAVADO” !

Não consigo ver uma igreja brasileira com pureza tal que tenha alguma autoridade para opinar, mobilizar, e mudar a trajetória que a nação estará tomando após as novas eleições.

Também não consigo ver Deus preocupado em evitar alguma oposição, perseguição, ou qualquer outra coisa que atinja esta igreja que a cada dia manifesta mais um novo escândalo nada diferente do que o meio político secular.

Muito pelo contrário, eu vejo mais um Deus querendo derramar juízo sobre esta igreja do que querendo defende-la! Também acredito na purificação da igreja pela perseguição, oposição, proibição, aliás era assim no inicio dela 300DC.

O primeiro grande desafio da Igreja foram as perseguições. A princípio o governo romano considerava a Igreja Cristã como uma das seitas do judaísmo, e como tal, uma religião ilicita. Posteriormente, com o crescimento do Cristianismo, passou a ver a igreja como distinta do judaísmo. À medida que crescia, o Cristianismo passou a sofrer cada vez mais oposição por parte da sociedade pagã e do próprio Estado. A primeira grande perseguição movida pelo Império deu-se sob Nero. A partir daí, outras perseguições ocorreram, mas elas nem foram de cunho universal, nem de duração contínua. Muitas vezes dependia do governo provincial. Após Nero, Domiciano (90-95) moveu curta, mas feroz perseguição aos cristãos. Já no segundo século, o imperador Trajano estabeleceu a política que norteou as perseguições ao cristianismo: o Estado não deveria gastar seus recursos caçando os cristãos, mas os que fossem denunciados deveriam ser levados ao tribunal e instados a negar a Cristo e adorar os deuses romanos. Quem não o fizesse deveria ser condenado à morte.

Dessa forma, a perseguição não tinha um caráter de política de Estado, mas estava sempre presente, posto que somente em 313 (séc IV) o cristianismo passou a ser considerada uma religio licita. Assim, vários foram os mártires cristãos nesse início da igreja: Simeão e Inácio, no período compreendido entre os reinados de Trajano e Antonino Pio; Policarpo e Justino, o Mártir, sob o reinado de Marco Aurélio; Leônidas, Perpétua e Felícitas, sob o reinado de Séptimo Severo; Cipriano e Sexto, durante a perseguição movida pelo imperador Valeriano. Perseguiram ainda a Igreja os imperadores Décio, Diocleciano e GalérioAs .

Meu desejo é ver a Igreja Brasileira ser Igreja de Cristo santa e irrepreensível e se para isto o Brasil terá que ter um governo anti-cristianismo, que venha este governo!!!

Escrito pelo Rubens – Pr. – 14/09/2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Porque Eu Odeio Religião - Mark Driscoll

Cuidado com a TEOLOGIA ABERTA !!!

Teologia Aberta: Deus de olhos fechados - Uma nova onda cheia de heresias!!!
Uma crítica ao Neoteísmo -

Vivemos um momento no mínimo curioso, visto que os homens querem “reinventar” Deus. A idéia, por si só, é absurda pois um dos conceitos fundamentais da teologia ortodoxa é que Deus não foi inventado, Ele sempre existiu! A conclusão é simples e lógica: não se pode reinventar aquilo, ou melhor, Aquele que não foi inventado mas sempre existiu. Mas o ser humano é criativo e capaz das façanhas mais mirabolantes para explicar o que não entende, ou até mesmo discordar, para se sentir inteligente, talvez baseado na máxima de Nelson Rodrigues de que ‘toda unanimidade é burra’. Seja como for e por motivações que não conhecemos, surgiu a Teologia Aberta, uma teologia que apresenta um Deus de olhos fechados, isso mesmo, um Deus que não conhece o futuro como conhecia antigamente.

Esta tentativa de reinventar a Deus também conhecida como Neoteísmo tem sido propagada no Brasil por pregadores brasileiros e por escritores como Clarck Pinnock, Richard Rice, John Sanders, William Hasker e David Basinger. De fato, eles trabalharam juntos num volume intitulado “The Openness of God” (literalmente: A Abertura de Deus).
Estudiosos concordam que esta doutrina é resultado de uma combinação de aspectos do pananteísmo ou teologia processual, visto que no neoteísmo Deus está em contínuo processo de mudança[1].

Não obstante os esforços dos proponentes para que este novo conceito sobre Deus seja recebido como teísmo ortodoxo, a verdade é que estão muito distantes disso. Dentre os vários aspectos desta nova doutrina destaco os seguintes:

1.Deus escolheu criar os seres humanos com ‘incompatibilística’ liberdade, sobre a qual ele não pode exercer total controle.

2.Deus valoriza tal liberdade a ponto de não interferir sobre ela, mesmo que esta produza resultados indesejáveis.

3.Deus não possui conhecimento exaustivo a respeito de como utilizaremos nossa liberdade, ainda que algumas vezes possa predizer com exatidão as decisões que tomaremos livremente.

A questão se torna extremamente séria quando, ainda que veladamente, os proponentes desta teologia afirmam que Deus é temporal, mutável, tem o potencial de tornar-se e não tem conhecimento infalível. Como se não bastasse, não tem controle absoluto do mundo e é capaz de aprender.

Um exemplo desta interpretação grosseira pode ser vista em Boyd, Sanders e Pinnock ao comentarem Gênesis 22:11,12: “Mas o anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho.” Dizem eles:

Boyd: “O versículo claramente afirma que porquanto Abraão fez o que fez, assim o Senhor agora sabe que ele era um parceiro fiel na aliança. O versículo não teria sentido claro se Deus estivesse certo que Abraão o temia mesmo antes de ter oferecido seu filho.[2]”

Pinnock afirma: “Esta era uma parte de informação que Deus desejava assegurar-se.[3]”

Sanders: “Deus precisava saber se Abraão era o tipo de pessoa com quem Deus poderia contar como colaborador no cumprimento de seu divino projeto. Seria ele fiel? Ou teria Deus de encontrar algum outro através do qual pudesse cumprir seu propósito?[4]”

Noutras palavras, Deus estava, por assim dizer, roendo as unhas para saber se Abraão seria fiel ou não, mas consideremos o seguinte:

§ Se a frase “agora sei” for entendida como propõem aqueles que advogam a Teologia Aberta, seria uma contradição direta ao claro ensino das Escrituras do conhecimento exaustivo de Deus.

Salmo 147:5, Isaías 46:9-11, Salmo 139:1-6, Hebreus 4:13.

§ Seria razoável dizer que Deus só pode conhecer a fidelidade de Abraão porque ele levantou a faca? O que dizer da conduta anterior de Abraão? O que dizer de sua conduta no passado? Tal interpretação não só fere o conhecimento do futuro, mas ainda compromete o conhecimento do passado[5].

“O qual, em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele tornou-se pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência. E não enfraquecendo na fé, não atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus, E estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer. Assim isso lhe foi também imputado como justiça”. (Romanos 4:18-22)

Esta passagem demonstra que a fidelidade de Abraão já era conhecida antes mesmo de Sara e Abraão segurarem Isaque em seus braços!

▪ Em Hebreus 11:8-12; 17-19, temos uma belíssima descrição da fé de Abraão começando com o seu chamado em Ur dos Caldeus até o quase consumado sacrifício de Isaque. Abraão cria que Deus ressuscitaria Isaque dentre os mortos (Heb. 11:19). Isso ficou claro quando este pediu aos seus servos que o aguardassem junto ao jumento, e se foi com Isaque prometendo que ambos voltariam (Gên. 22:5). Estas informações estavam todas disponíveis para Deus antes que Abraão levantasse aquela faca.

▪ Se este incidente deveria revelar a Deus a fidelidade de Abraão, qual seria a garantia que ele não falharia no futuro? (Se Deus não sabe o futuro) Deveria haver outros testes?

▪ Se Deus não é Onisciente como sabia que naquele momento Abraão estava disposto a enterrar a faca no seu próprio filho? A intervenção divina deixa claro que Deus sabe de todas as coisas, portanto a passagem deve ser entendida à luz de seu contexto.

O fato é que o episódio em questão trazia benefícios para Abraão e não para Deus, como Delitzsch comenta:
“(…) Assim como quando ele (Abraão) deixou seu país, familiares e lar por ocasião do chamado de Deus (12:1), também estava ele em sua caminhada com Deus pronto a oferecer até mesmo seu próprio filho, o objeto de toda sua espera, a esperança de sua vida, a alegria de sua velhice. E ainda mais que isso, ele não apenas amava Isaque, o herdeiro de suas possessões (15:2), mas era sobre Isaque que todas as promessas de Deus repousavam: em Isaque será chamada a sua descendência (21:12). Pela solicitação de que ele deveria sacrificar a Deus seu único filho de Sara, sua esposa, em quem a sua semente deveria crescer e se tornar uma multidão de nações (17:4,6,16), a divina promessa em si mesma parece ser cancelada; também não apenas os desejos do seu próprio coração, mas também a repetida promessa de Deus seria frustrada. E por esta solicitação sua fé seria aperfeiçoada em uma confiança incondicional[6] em Deus, firme segurança de que Deus poderia até mesmo ressuscitá-lo dentre os mortos. (…)” [7]

Além disso, é importante notar que a ênfase sobre Deus “saber” algo como se ele não soubesse previamente seria passar de largo na dinâmica divino-humana e na relação finito e infinito entre Deus e homem. Como bem apresentou Geisler:

“A palavra Hebraica ‘saber’ em Gênesis 22:12 é o Qal[8] de [dy9 yada’ (LXX ginw&skw ginosko), expressando apenas a confirmação do seu conhecimento (Wenham 1994; Gên. 22:12).”

Um outro caso em que esta palavra é utilizada em Gênesis encontra-se no capítulo 4:1, quando nos é dito que Adão ‘conheceu’ sua esposa e ela concebeu, a palavra ali é também yada’ e indica a mais íntima relação entre um homem e uma mulher, o ato sexual. A palavra poderia também descrever um conhecimento mais profundo. Por assim dizer, Deus estreitou o relacionamento de Abraão consigo mesmo. Portanto ‘saber’ nesta passagem não significa que Deus tenha recebido uma informação de que não dispunha anteriormente, mas sim que ela se materializara. Assim, não considerar questões antropomórficas e lexicográficas nesta passagem levará a uma série de equívocos não só aqui, mas também em outras, como por exemplo:

Gênesis 18:21
O Deus onipresente diz: ‘Desçamos para ver…’ (Obviamente Deus não precisa descer para verificar algo.)

Gênesis 8
Lembrou-se Deus de Noé...(Deus esqueceu-se de Noé na Arca?)

Gênesis 18:32
Não a destruirei por amor dos dez...(Será que Deus não sabia quantos justos havia em Sodoma e Gomorra?)

A conclusão é óbvia: interpretação histórico-gramatical não pode ser, sob qualquer hipótese, confundida com “literalismo”, de fato todos os que se enveredaram nesta direção incorreram em alguma sorte de erro doutrinário. Quando começamos a questionar a infinitude da onisciência divina acabaremos invariavelmente por questionar ou comprometer outros de seus atributos.

Portanto podemos concluir que a falsa lógica deste modelo se baseia em algumas passagens isoladas, especialmente do Antigo Testamento, que, para o observador incauto, parecem sugerir que Deus se arrepende ou muda de opinião. É mais que uma interpretação literal, é uma interpretação literalista como a apresentada por Jack Miles em seu livro romanceado “Deus, uma Biografia”. Critérios simples, porém precisos, da hermenêutica e da teologia ortodoxa como a interpretação histórico-gramatical, os cuidados com figuras de linguagem (antropomorfismo, antropopatia, etc) foram postos de lado. Além disso, o neoteísmo ignora um número gigantesco de passagens que clara e explicitamente apresentam Deus como sendo absolutamente onisciente. Acabam assim fazendo uma ginástica monstruosa para harmonizar passagens claras com passagens obscuras[9].

Posso acrescentar ainda que nos rudimentos da interpretação bíblica é fundamental se fazer um estudo das palavras. Por exemplo: Ricardo Shultz após um detalhado estudo do termo hebraico nacham, freqüentemente traduzido por ‘arrepender-se’, chegou à seguinte conclusão:

“Das 34 vezes que o uso de nacham aplica-se a Deus, 26 vezes são afirmações gerais, 8 expressam a compaixão de Deus não enviando juízos sobre os homens. Mesmo quando os homens são sujeitos do verbo nacham, unicamente uma vez envolve diretamente a idéia de arrependimento, porém nenhuma envolve uma mudança intrínseca diante de um novo conhecimento.”

A conclusão de Shultz, após um pormenorizado estudo do termo, é que a idéia central simplesmente expressa compaixão por alguém. De forma alguma o termo apresenta um Deus hesitante, indeciso e fraco que muda diante de uma nova informação até então desconhecida. Ao que tudo indica a incoerência hermenêutica da Teologia Aberta deve ser a razão por que nunca tenha sido sustentada historicamente pelos pais da igreja. Os apologistas da fé Cristã sempre sustentaram o conhecimento exaustivo como sendo qualidade essencial de Deus.

Justino Mártir (100-165) afirmava que Deus conhecia desde toda a eternidade aqueles que seriam salvos[10] e, ainda, que Deus conhecia de antemão as pessoas que seriam salvas por arrependimento mesmo antes de nascerem[11]. Cipriano (200-258) fala do pré-conhecimento como atributo do Espírito Santo. Irineu (120-202) fala do pré-conhecimento de Deus a respeito das falsas doutrinas[12]. Poderíamos ir adiante nome após nome e data após data. Exceção são aqueles conhecidos pela história como hereges e não sustentadores da sã doutrina como por exemplo Marcion e Celsus. Justiça precisa ser feita quanto à pressuposição dos proponentes da Teologia Aberta quanto ao pré-conhecimento de Deus explicitamente apresentado nas Escrituras. Greg Boyd tem procurado resolver este problema afirmando que Deus conhece apenas aquilo que Ele determinou e propõe cinco áreas:

1.O povo escolhido

2.Indivíduos

3.O ministério de Cristo

4.Os eleitos

5.Alguns eventos escatológicos

O ponto é que a menos que o texto bíblico apresente especificamente o que Deus conhece, todo o restante não mencionado é desconhecido por Ele. Assim, os eventos pré-determinados por Deus dependem do Seu conhecimento do caráter das pessoas envolvidas e do estabelecimento de determinadas circunstâncias que produzirão a decisão desejada bem como a ação[13].

Estranhamente, neste conceito Deus coercitivamente usa determinadas circunstâncias para cumprir Sua vontade e por outro lado deixa uma infinidade de outras situações em aberto. Este conhecimento parcial, este olho de vidro gera sérios problemas, por exemplo: Jesus sabia que o Pedro o trairia porque Ele conhecia o caráter de Pedro. O Pai organizou o cenário (circunstâncias) adequado para que a profecia de Jesus se cumprisse. Mas como Jesus sabia quantas vezes Pedro o negaria? Como sabia que o galo cantaria? O conhecimento limitado não pode responder a questões simples como estas. Willian Lane Craig oferece uma defesa muito interessante sobre o conhecimento exaustivo de Deus versus conhecimento parcial. Vejamos:
“Seu conhecimento do futuro não pode ser baseado em pré-ordenação apenas, isto porque Ele pré-conhece nossos pensamentos, intenções e até nossos atos pecaminosos. Considerando que Deus não é responsável por estas atividades humanas, segue-se que Ele não as produz. São, portanto, verdadeiramente ações livres ou contingentes, e o pré-conhecimento delas indica pré-conhecimento de futuras ações livres.[14]”
Fica claro que dentre vários riscos, o comprometimento apologético é inevitável na Teologia Aberta, visto que todo material profético será espiritualizado ou generalizado, tudo reduzido a uma montanha de possibilidades. O que dizer ainda de todos os tipo e antítipos apresentados ao longo do desenvolvimento da revelação divina se Deus não conhece exaustivamente todas as coisas?
Esta apresentação de uma teologia aberta com um Deus de olhos fechados oferece um falso altar para a adoração de um falso deus. Devemos lembrar que o povo de Israel, não obstante o fato de terem em mãos a revelação de Deus, não poucas vezes O substituíram por outro. Um caso clássico é o bezerro de ouro no texto de Êxodo 32:2-5:

“2E Arão lhes disse: Tirai os pendentes de ouro que estão nas orelhas de vossas mulheres, de vossos filhos e de vossas filhas, e trazei-mos. 3Então todo o povo, tirando os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas, os trouxe a Arão; 4ele os recebeu de suas mãos, e com um buril deu forma ao ouro, e dele fez um bezerro de fundição. Então eles exclamaram: Eis aqui, ó Israel, o teu deus, que te tirou da terra do Egito. 5E Arão, vendo isto, edificou um altar diante do bezerro e, fazendo uma proclamação, disse: Amanhã haverá festa ao Senhor.”
Esta passagem deixa claro que idolatria não se resume apenas em adorar um deus pagão, mas paganizar o Deus verdadeiro e reduzi-lo à imaginação dos homens. É exatamente isso que a Teologia Aberta tem feito, tem feito Deus à imagem e semelhança dos homens.

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BIBLIOGRAFIA:

[1] Normam L. Geisler, Creating God the Image of Man? Minneapolis: Bethany, 1997, cap 4.
[2] Boyd, Gregory – God Of The Possible, p. 64, Baker Books, 2000
[3] Pinnock, Clark– The Openness Of God: A Biblical Challenge To The Traditional Understanding Of God, Intervarsity Press, 1994
[4] Sanders, John – The God Who Risks: A Theology Of Providence, 52,53, Intervarsity Press, 1998
[5] Ware, Bruce – God’s Lesser Glory, 67-74, Crossway Books, 2000
[6] Todas as palavras sublinhadas, em negrito e itálico nos versículos e citações foram destacadas com intenção de ênfase e clareza.
[7] C.F. Keil, F. Delitzsch, Commentary on the Old Testament, Vol 1:252, W. Eerdmans Publishing Company, Grand Rapids, Michigan, 1978.
[8] Raiz do verbo em hebraico
[9] Greg Boyd, God of the Possible, p.53-87; Richard Rice, “Biblical support for New Perspective”, Clark Pinnock, The Openness of God, p. 22-38
[10] First Apology 45 in ANF 1:178
[11] Idem 44 ANF 1:177
[12] Against Heresies 3.21.9 ANF 1.453
[13] Boyd, 35-39.
[14] William Lane Craig, The Only Wise God: The Compatibility of Divine Foreknowledge and Human Freedom, 1987.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Evangélicos em crise !!!

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Quando Paulo Romeiro escreveu Evangélicos em Crise em meados da década de 90, ele apenas tocou em uma das muitas áreas em que o evangelicalismo havia entrado em colapso no Brasil: a sua incapacidade de deter a proliferação de teologias oriundas de uma visão pragmática e mercantilista de igreja, no caso, a teologia da prosperidade. Fica cada vez mais claro que os evangélicos estão atualmente numa crise muito maior, a começar pela dificuldade – para não falar da impossibilidade – de ao menos se definir hoje o que é ser evangélico.

Até pouco tempo, “evangélico” indicava vagamente aqueles protestantes de entre todas as denominações – presbiterianos, batistas, metodistas, anglicanos, luteranos e pentecostais, entre outros, que consideravam a Bíblia como Palavra de Deus, autoritativa e infalível, que eram conservadores no culto e nos padrões morais, e que tinham visão missionária. Hoje, no Brasil, o termo não tem mais essa conotação. Ele tem sido usado para se referir a todos os que estão dentro do cristianismo em geral e que não são católicos romanos: protestantes históricos, pentecostais, neopentecostais, igrejas emergentes, comunidades dos mais variados tipos, etc.
É evidente a crise gigantesca em que os evangélicos se encontram: a falta de rumos teológicos definidos, a multiplicidade de teologias divergentes, a falta de uma liderança com autoridade moral e espiritual, a derrocada doutrinária e moral de líderes que um dia foram reconhecidos como referência, o surgimentos de líderes totalitários que se auto-denominam pastores, bispos e apóstolos, a conquista gradual das escolas de teologia pelo liberalismo teológico, a falta de padrões morais pelos quais ao menos exercer a disciplina eclesiástica, a depreciação da doutrina, a mercantilização de várias editoras evangélicas que passaram a publicar livros de linha não evangélica, e o surgimento das chamadas igrejas emergentes. A lista é muito maior e falta espaço nesse post.

Recentemente um amigo meu, respeitado professor de teologia, me disse que o evangelicalismo brasileiro está na UTI. Concordo com ele. A crise, contudo, tem suas raízes na própria natureza do evangelicalismo, desde o seu nascedouro. Há opiniões divergentes sobre quando o moderno evangelicalismo nasceu. Aqui, adoto a opinião de que ele nasceu, como movimento, nas décadas de 50 e 60 nos Estados Unidos. Era uma ala dentro do movimento fundamentalista que desejava preservar os pontos básicos da fé (veja meu post sobre Fundamentalismo), mas que não compartilhava do espírito separatista e exclusivista da primeira geração de fundamentalistas. A princípio chamado de “neo-fundamentalismo”, o evangelicalismo entendia que deveria procurar uma interação maior com questões sociais e, acima de tudo, obter respeitabilidade acadêmica mediante o diálogo com a ciência e com outras linhas dentro da cristandade, sem abrir mão dos “fundamentos”. Eles queriam se livrar da pecha de intransigentes, fechados, bitolados e obscurantistas, ao mesmo tempo em que mantinham doutrinas como a inerrância das Escrituras, a crença em milagres, a morte vicária de Cristo, sua divindade e sua ressurreição de entre os mortos. Eram, por assim dizer, fundamentalistas esclarecidos, que queriam ser reconhecidos academicamente, acima de tudo.

O que aconteceu para o evangelicalismo chegasse ao ponto crítico em que se encontra hoje?
Tenho algumas idéias que coloco em seguida.

1. O diálogo com católicos, liberais, pentecostais e outras linhas sem que os pressupostos doutrinários tivessem sido traçados com clareza. Acredito que podemos dialogar e aprender com quem não é reformado. Contudo, o diálogo deve ser buscado dentro de pressupostos claros e com fronteiras claras. Hoje, os evangélicos têm dificuldades em delinear as fronteiras do verdadeiro cristianismo e de manter as portas fechadas para heresias.

2. A adoção do não-exclusivismo como princípio. Ao fazer isso, os evangélicos começaram a abrir a porta para a pluralidade doutrinária, a multiplicidade de eclesiologias e o relativismo moral, sem que tivessem qualquer instrumento poderoso o suficiente para ao menos identificar o que estivesse em desacordo com os pontos cruciais.

3. O abandono gradual da aderência a esses pontos cruciais com o objetivo de alargar a base de comunhão com outras linhas dentro da cristandade. Com a redução cada vez maior do que era básico, ficou cada vez mais ampla a definição de evangélico, a ponto de perder em grande parte seu significado original.

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4. O abandono da confessionalidade, dos grandes credos e confissões do passado, que moldaram a fé histórica da Igreja com sua interpretação das Escrituras. Não basta dizer que a Bíblia não tem erros. Arminianos, pelagianos, socinianos, unitários, eteroteólogos, neopentecostais – todos afirmarão isso. O problema está na interpretação que fazem dessa Bíblia inerrante. Ao jogar fora séculos de tradição interpretativa e teológica, os evangélicos ficaram vulneráveis a toda nova interpretação, como a teologia relacional, a teologia da prosperidade, a nova perspectiva sobre Paulo, etc.

5. A mudança de uma orientação teológica mais agostiniana e reformada para uma orientação mais arminiana. Isso possibilitou a entrada no meio evangélico de teologias como a teologia relacional, que é filhote do arminianismo. Permitiu também a invasão da espiritualidade mística centrada na experiência, fruto do reavivalismo pelagiano de Charles Finney. Essa mudança também trouxe a depreciação da doutrina em favor do pragmatismo, e também o antropocentrismo no culto, na igreja e na missão, tudo isso produto da visão arminiana da centralidade do homem. Mas talvez o pior de tudo foi a perda da cosmovisão reformada, que serviria de base para uma visão abrangente da cultura, ciência e sociedade, a partir da soberania de Deus sobre todas as áreas da vida. Sem isso, o evangelicalismo mais e mais tem se inclinado a ações isoladas e fragmentadas na área social e política, às vezes sem conexão com a visão cristã de mundo.

6. Por fim, a busca de respeitabilidade acadêmica, não somente da parte dos demais cristãos, mas especialmente da parte da academia secular. Essa busca, que por vezes tem esquecido que o opróbrio da cruz é mais aceitável diante de Deus do que o louvor humano, acabou fazendo com que o evangelicalismo, em muitos lugares, submetesse suas instituições teológicas aos padrões educacionais do Estado e das universidades, padrões esses comprometidos metodológica, filosófica e pedagogicamente com a visão humanística e secularizada do mundo, em que as Escrituras e o cristianismo são estudados de uma perspectiva não cristã. Abriu-se a porta para o velho liberalismo.

Não há saída fácil para essa crise. Contudo, vejo a fé reformada como uma alternativa possível e viável para a igreja evangélica brasileira, desde que se mantenha fiel às grandes doutrinas da graça e aos lemas da Reforma, e que faça certo aquilo que os evangélicos não foram capazes de fazer:
 (1) dialogar e interagir com a diversidade delineando com clareza as fronteiras do cristianismo;
 (2) abandonar o inclusivismo generalizado e adotar um exclusivismo inteligente e sensível;
 (3) voltar a valorizar a doutrina, especialmente os pontos fundamentais da fé cristã expressos nos credos e confissões, que moldaram os inícios do movimento evangélico. Talvez assim possamos delinear com mais clareza os contornos da face evangélica em nosso país.

Soldado ou Guerrilheiro ??? Quem você é afinal ???

O recente pronunciamento de Índio da Costa sobre o envolvimento do PT com as FARC, grupo terrorista colombiano, embora não seja nenhuma novidade, tem levantado o debate sobre a legitimidade da guerrilha da Colômbia. Antes de continuar, permita-me esclarecer que não defendo Sendero, nem FARC, nem Fidel Castro. Sou a favor da liberdade de consciência, e me oponho a tudo aquilo que restrinja meu direito de pensar. Lugar de terrorista é na cadeia, e quem se vale da ilegalidade do tráfico de drogas e armas não deveria ser chamado de soldado.
Agora, não pense que eu estou escrevendo isso para fazer uma defesa do Exército Brasileiro ou apenas para demonstrar minha discordância com a guerrilha colombiana ou com o PT. Eu apenas tomei emprestada essa analogia para exemplificar uma realidade comum ao cristianismo, pois cada dia que passa eu me dou conta que os guerrilheiros estão se apoderando do evangelho, enquanto está cada vez mais raro deparar-se com um verdadeiro soldado.
Mas qual é a diferença entre um soldado e um guerrilheiro? A linha que os divide parece um tanto tênue. Observe que os membros de uma guerrilha quase sempre têm uniformes, coturnos, armas e munição, rádios comunicadores e até se falam com jargões militares. Eles também possuem uma hierarquia, passam por um treinamento severo, tudo muito parecido com um exército “formal”. Apesar disso, não possuem a legitimidade de um verdadeiro exército. Por que razão? Ora, o motivo é simples: Os grupos guerrilheiros lutam por sua própria ideologia, por seus interesses comuns, enquanto soldados lutam pela pátria, estão sob comando da nação e a serviço do seu país. Deu para entender? Vou repetir a idéia: grupos guerrilheiros lutam por sua própria ideologia, por seus interesses comuns, por sua utopia particular, enquanto soldados lutam pela pátria. Captou?
Diante dessa confirmação, eu pergunto a você: Quais os interesses que movem os pastores, missionários e a liderança evangélica de modo geral? Por quem lutam? Seriam eles soldados ou guerrilheiros? Em um conflito de ideologias, qual força prevalece: a claridade das Escrituras ou a força de um estatuto? A palavra de Deus ou as palavras dos homens? O amor à Deus ou o apego à tradição denominacional? Por quem nossos líderes estão lutando?
Ainda lembro com tristeza das muitas vezes que tive que abster-me de gostos e gestos, de interesses e afinidades não porque a bíblia condenava minha conduta, mas porque o mesmo ia contra os famigerados “usos e costumes denominacionais”. Quantas vezes, na minha adolescência e juventude deixei de jogar bola, de freqüentar a piscina do clube, de tomar banho de cachoeira e outras diversões inocentes só para não ir contra as imposições do ministério? Transformaram-me em alguém que eu não era, violentaram a minha individualidade, e eu, simplesmente me deixei levar pela ideologia do grupo, pensando que ao final do treinamento me converteria em um bom soldado. Qual não foi a minha decepção quando descobri que haviam me transformado em um guerrilheiro!

Colegas pastores, ouçam por um momento este jovem que não tem direito sobre vocês, mas que os adverte e exorta com amor de um irmão: Por quem é que nós lutamos? Pelo reino de Deus ou pelos “reinos” dos homens? E se é pela glória de Deus, então alguém me diz, por favor, por que raios os imperativos deste reino não prevalecem nas discussões de Ministério ou nas mesas das Convenções? Porque é que nos recusamos a ensinar certos princípios bíblicos por reverencia a tradições retrógradas que muitas vezes estão em aberta oposição aos princípios do Reino? Será que já não lutamos pelo Reino? Já não defendemos nossa Pátria? Já não somos soldados dAquele Senhor?

Vejo em nossos dias homens e mulheres dispostos a morrer por um ministério, tatuando o rosto do seu apóstolo predileto nas costas, marchando (literalmente marchando!) alienados pelas idéias particulares de coronéis do evangelho, batendo continência para bispos, bispas, apóstolos e patriarcas cuja honra há muito se perdeu, e pergunto se não estamos rodeados por guerrilheiros, os quais andam muito preocupados com “seus evangelhos”, com “suas verdade”, com “seus reinos”, quando deveriam marchar como verdadeiros soldados aos quais somente importam as ordens do verdadeiro General.

Não quero dizer com isso que não se deve obedecer pastores, nem que seja um pecado honrá-los. O mandamento é bíblico, mas não existe nas Escrituras nenhuma razão que nos obrigue a honrar aqueles que negociaram o evangelho, mercadejaram a fé, se corromperam no poder e perderam a honra. Devemos obedecer àqueles que, orientados pela ideologia do Reino, nos guiam na batalha e demonstram fidelidade ao Deus que os comissionou. Quanto à geração de líderes caídos, vendidos e reprovados, valho-me das palavras de Pedro: “É mais importante obedecer a Deus do que aos homens”.

Há tempos venho observando essa guerrilha boba, e há muito já não cedo à suas ideologias e interesses. E como sempre acontece nas ditaduras comunistas, todos aqueles que ousam se opor ao status quo e lutar pela liberdade são taxados de rebeldes, são a “força inimiga”, os “traidores”. Assim, por uma grande ironia, no dia em que decidi lutar pelo meu Senhor aceitando o desafio de ser um autêntico soldado, meu antigo exército me perseguiu, me humilhou, me chamou de rebelde. Quando desejei com toda minha alma ser soldado, a “igreja” “evangélica” me transformou em um guerrilheiro subversivo. Que contradição!
Mas isso já não me importa, pois soldado que é soldado não teme enfrentar um grande exército. Prefiro ir à guerra com 300 valentes que amam à Deus do que lutar ao lado de 32 mil que buscam seus próprios interesses. Nem sempre a verdade está com a maioria, e tratando-se do evangelicalismo brasileiro, está cada vez mais provado que a lógica não prevalece.

Mas e você, amigo leitor? Você é Soldado ou Guerrilheiro? De que lado você está?

por Leonardo Gonçalves – Pr.

Segundo a ciência quem você é???

Há 15 bilhões de anos, houve uma grande explosão atômica, que gerou uma aceleração inacreditável de matéria e liberação de energia. Essa matéria se agregou formando o que nós, humanos, chamamos de estrelas e elas se juntaram, formando o que chamamos de galáxias (do grego galaktos , leite). A ciência calcula que existam em nosso universo aproximadamente 200 bilhões de Galáxias. Uma delas é a nossa, a Via Láctea, que é “leite”, em latim. Aliás, nem é uma galáxia tão grande; calcula-se que ela tenha cerca de 100 bilhões de estrelas. Portanto, estamos em uma galáxia, que é uma entre 200 bilhões de galáxias, num dos universos possíveis e que vai desaparecer.


Nessa nossa galáxia, repleta de estrelas, uma delas é o que agora chamam de estrela-anã, o Sol. Em volta dessa estrelinha giram algumas massas planetárias sem luz própria, nove ao todo, talvez oito (pela polêmica classificação em debate). A terceira delas, a partir do Sol, é a Terra. O que é a Terra?

A Terra é um planetinha que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer. Veja como nós somos importantes…

Aliás, veja como nós temos razão de nos termos considerado na história o centro do universo. Tem gente que é tão humilde que acha que Deus fez tudo isso só para nós existirmos aqui. Isso é que é um Deus que entende da relação custo-benefício. Tem indivíduo que acha coisa pior, que Deus fez tudo isso só para esta pessoa existir. Com o dinheiro que carrega, com a cor da pele que tem, com a escola que freqüentou, com o sotaque que usa, com a religião que pratica.

Nesse lugarzinho tem uma coisa chamada vida. A ciência calcula que em nosso planeta haja mais de trinta milhões de espécie de vida, mas até agora só classificou por volta de três milhões de espécies. Uma delas é o homo sapiens. Que é uma entre três milhões de espécies já classificadas, que vive num planetinha que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer?Essa espécie tem [tinha], em 2007, aproximadamente 6,4 bilhões de indivíduos. Um deles é você.Você é um entre 6,4 bilhões de indivíduos, pertencente a uma única espécie, entre outras três milhões de espécies já classificadas, que vive num planetinha, que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer. É por isso que todas as vezes na vida que alguém pergunta
:”Você sabe com quem está falando?”, eu respondo: “Você tem tempo?”

Interessante: Quando os crentes davam certo no Brasil ...

A primeira razão porque os crentes davam certo no Brasil, no passado, é que eles eram discriminados e perseguidos. Só entrava para as Igrejas evangélicas quem estava disposto a pagar o preço. O martírio integrava o protestantismo. Quem não agüentava o tranco, saía. Isso purificava a Igreja e lhe dava grande coesão interna. Todos eram “de mesmo”, naquele contexto adverso não havia lugar para “crentes festivos”.


Durante a vigência da Constituição Imperial (1824) o documento de identidade era a certidão de Batismo na Igreja Católica Romana. Quem não fosse batizado, nem existia, nem era cidadão. Os protestantes, como os demais não-católicos, não podiam ser funcionários públicos, não podiam se candidatar a cargos eletivos, seus casamentos eram nulos (todo mundo, tecnicamente, “amasiado” por amor a Cristo), porque o único documento de casamento válido era o emitido pela Igreja Romana, e quando a pessoa protestante morria tinha que ser “plantado” em algum terreno, porque todos os cemitérios eram administrados pelas Paróquias católicas romanas, e nele só podiam se enterrar quem tivesse recebido o rito de extrema-unção de um sacerdote daquela confissão.

Com a Constituição republicana de 1891 veio a separação Igreja-Estado, cessaram as discriminações legais, mas aumentaram as perseguições. As novas levas de padres e freiras missionários que foram importados pela Igreja de Romana na Primeira República (1889-1930) vinham com a missão de “combater os protestantes”. Crianças e jovens eram perseguidos nas escolas, profissionais nos empregos, proibia-se o aluguel de imóveis comerciais e residenciais para os “nova-seita”, também conhecidos como “bodes”, Igrejas eram apedrejadas, pessoas fisicamente agredidas, amizades e vínculos familiares eram rompidos. A imprensa incitava contra essa fé “estrangeira”. O hino de um Congresso Eucarístico cantava: “Quem não for bom católico, bom brasileiro não é”. Bíblias eram queimadas. Paredes de templos protestantes eram levantadas de dia, para serem derrubadas de noite. “Protestante é pobre, burro e feio”. Casar minha filha com um deles, nem pensar…
Com raras exceções localizadas, esse quadro não mudou muito até o início dos anos 1960, e a realização do Concílio Vaticano II.

Mais de um século de dureza! Naquele contexto, que requeria autenticidade, a permanência e o crescimento do protestantismo foram marcados por atos de heroísmo e muito martírio. Naquele contexto, os crentes davam certo... “Foram desleais e infiéis com os seus antepassados….” (Sl 78.57)

Os crentes davam certo porque eles eram crentes. Ou seja, chegavam à igreja no meio de todas as dificuldades, porque eram confrontados com uma clara mensagem evangelística, por meio da pregação, dos testemunhos e dos hinos. Não havia crentes por tradição, nem por adesão, mas apenas por conversão. Todos os evangélicos conheciam o “Plano de Salvação”, pois haviam sido expostos ao mesmo, e respondido ao mesmo. Agora, se esperava que passassem a compartilhá-lo com os outros. A tônica era a conversão, o novo nascimento, a mudança, a transformação, a certeza da vida eterna, o confessar a Jesus Cristo “como único Senhor e Salvador”, que culminava com o rito de “profissão de fé” ou “Confirmação”, de forma pública.

No culto, eram comuns os apelos para que as pessoas “aceitassem a Cristo”, ou que “se entregassem a Cristo”, levantando a mão, ou vindo à frente. Igrejas organizavam semanas, cruzadas ou campanhas evangelísticas, geralmente com um orador convidado, e toda uma preparação e divulgação, com distribuição de convites e folhetos evangelísticos. Nos cultos, com freqüência, se incluía o testemunho de conversão de um irmão ou de uma irmã, sempre na tônica: “Eu era assim, Cristo me tornou assim”.
Como todos os crentes conheciam o Plano de Salvação e se esperava que compartilhasse com os outros, toda a Igreja era uma Igreja de evangelistas. As famílias crentes eram estimuladas, ao final do dia, a celebrar em torno da mesa da última refeição, o seu “culto doméstico”, dirigido pelo pai da família. Convidavam-se parentes e vizinhos. Se alguém se mudava para outra cidade, o culto doméstico e cultos evangelísticos nos lares, de iniciativa dos próprios leigos (como expressão do sacerdócio universal de todos os crentes) era o início de muitas novas Igrejas, “o Senhor ia acrescentando aqueles que eram salvos”. Com todos passando pela experiência de conversão, conhecendo o Plano de Salvação e se considerando um evangelista, os crentes davam certo…

Os crentes eram discriminados e perseguidos. Os crentes eram convertidos e conheciam o Plano de Salvação e… os crentes conheciam a Bíblia. Aliás, depois dos epítetos de “novas-seitas” e “bodes” eles eram conhecidos como “os Bíblias”. “Fulano é um Bíblia…”. Isso porque assim que alguém se convertia, a primeira coisa que fazia era comprar uma Bíblia.
O Brasil era um país de uma imensa maioria de analfabetos, e raríssimos católico romanos possuíam uma Bíblia (que eram caras). As edições protestantes, que começaram a chegar regularmente ao Brasil há exatos duzentos anos, com a vinda da Família Real, era a da tradução de João Ferreira de Almeida, e de capa preta. Como ninguém tinha automóvel, lá iam heróicos e orgulhosos, os homens de paletó e as mulheres bem vestidas, com sua reluzente Bíblia de capa preta debaixo do braço, sob os olhares e os murmúrios de censura dos que os viam passar.

Gente que não sabia ler levava a Bíblia, assim mesmo, como símbolo, e procuravam aprender a ler, para poder ler a Bíblia. Os novos convertidos eram submetidos, imediatamente, a um curso intensivo sobre as Sagradas Escrituras, aprendendo a distinguir Antigo de Novo Testamento, capítulo de versículo, e livro histórico de livro poético, além de memorizar versículos considerados importantes para o evangelismo e para a santidade. Nos cultos de estudos bíblicos, havia uma espécie de “gincana”, para ver quem achava determinado versículo primeiro.
As edições protestantes da Bíblia eram queimadas em praça pública por beatos enfurecidos, estimulados por sacerdotes radicais. Tais Bíblias eram consideradas “falsas”, e muita gente se converteu por comprá-las por mera curiosidade. Houve casos de que os chamados “colportores” (vendedores itinerantes de Bíblias) que se adentravam no interior do país montados em mulas, deixavam uma Bíblia em um povoado, vila ou cidade, e, regressando um ou dois anos depois, encontravam uma Igreja funcionando, sem qualquer vínculo com organizações, fruto da mera leitura do texto sagrado.
Quando se cantava “Minha Bíblia, meu prazer, meu tesouro quero ter” ou “Enquanto ó Salvador teu Livro eu ler, meus olhos vem abrir, pois quero ver”, os crentes davam certo…
O que acontecia, então, quando uma pessoa se convertia? Pegava-se “no laço” e a fazia membro da Igreja no dia seguinte? Longe disso. Existiam as classes especiais de estudo, denominadas de “Classes de Novos Convertidos”, ou “Classes de Catecúmenos”, com uma duração mínima de seis meses, de presença obrigatória para os novos crentes. Ali eles estudavam o Plano de Salvação, as Sagradas Escrituras, as Doutrinas Básicas da Fé Cristã, Ética e Características da Denominação (inclusive o compromisso de contribuir com o dízimo), enquanto eram observadas em seu novo comportamento.

Somente depois desse período eram examinados por conselhos, comissões ou assembléias (conforme a prática denominacional) e eram batizadas e/ou faziam a Pública Profissão de Fé/Confirmação, um rito de suma importância para a nova criatura, que se tornava membro pleno da nova comunidade de fé.

Nada de pressa, nada de superficialidade, nada de preocupação com números. O resultado era a estabilidade, as pessoas ficavam na Igreja, não havia “rotatividade”.
Depois de professo, o novo crente se tornava aluno regular de uma das classes da Escola Bíblica Dominical, onde estudaria as Escrituras pelo resto de sua vida. As “uniões de treinamento” (homens, mulheres, jovens) também tinham a sua literatura, e faziam a sua parte na educação continuada dos crentes. Estes eram estimulados à leitura devocional diária da Bíblia, e a lerem livros evangélicos, além de assinarem os jornais oficiais das suas denominações (“O Cristão”, dos congregacionais; “O Jornal Batista”, “O Brasil Presbiteriano”, “O Estandarte”, Episcopal etc.), para se manter informado sobre o que acontecia em seus arraiais.
No campo da apologética, havia palestras e textos que ensinavam como diferenciar o Protestantismo do Catolicismo Romano, ou as diferenças entre os diversos ramos do Protestantismo. Isso não requeria alta escolaridade (algo muito raro na época), mas era usual para o crente mais simples.

Com um lastro de conhecimento desses, os crentes davam certo… Naquele tempo o cenário religioso brasileiro era mais claro e menos “plural”: havia as diversas expressões do catolicismo romano (mais de 90% da população), o espiritismo kardecista e os cultos afro-brasileiros (chamados, em conjunto de “macumba”), além de um ou outro “livre-pensador” ou seguidor do Positivismo de Augusto Conte. Os protestantes de migração (luteranos alemães na zona rural, anglicanos britânicos nos centros urbanos) já estavam aqui desde a Regência, mas “não ofendiam ninguém”, pois não evangelizavam os brasileiros. Aí, na segunda metade do século XIX chegaram as Igrejas históricas de missão (congregacionais, presbiterianos, batistas, metodistas e anglicanos/episcopais), que foram os únicos entre 1855-1909.
Diante de adversários em comum, e a partir de uma base de crenças em comum (todos eram evangélicos) se criou a consciência de se pertencer a um mesmo “povo”: todos eram evangélicos ou “crentes”, antes de serem batistas ou presbiterianos. Rivalidade sempre houve, mas em um nível menor. Todos se sentiam um. Depois do Congresso do Panamá, de 1916, se promoveu a produção conjunta de material para a Escola Bíblica Dominical, e, entre 1934-1964, a Confederação Evangélica Brasileira (CEB) aglutinava os protestantes, promovia eventos, imprimia textos, e, tanto o “Dia da Bíblia” (segundo domingo de dezembro) como o “Dia da Reforma” (31 de outubro) eram nossos “feriados protestantes”, comemorados por todos.

Havia um respeito e uma ética nos relacionamentos, e não uma competição selvagem. Instituições unificadas como “cemitérios protestantes” ou “hospitais evangélicos” eram demonstrações do esforço de todos.
O importante é que todos consideravam o outro como um “salvo”, um “evangélico”, um “crente”, um dos nossos. Havia um “orgulho santo”, meio judaico, de pertencermos todos ao Israel de Deus, ao Povo da Nova Aliança, além do fato de que todos eram igualmente discriminados e chamados de “bodes”. Quando os “bodes” eram unidos, os crentes davam certo…

Texto escrito por: Robinson Cavalcanti – bispo da Diocese Anglicana do Recife e autor de, entre outros, Cristianismo e Política – teoria bíblica e prática histórica e A Igreja, o País e o Mundo – desafios a uma fé engajada.